sábado, 23 de julho de 2011

Uma História de Despedida


Muita emoção no lançamento do filme “Uma História de Despedida”



Pré-estreia aconteceu dia 30 e exibição pública será dia 3, no Teatro Univesc





A partir do livro “O Mundo de Ales”, escrito por Ivone Daura Silva, que viveu o drama da perda de sua jovem filha, o diretor Marcelo Farias se emocionou tanto, que mesmo nunca tendo feito uma produção cinematográfica, chegar a produzir um curta, que teve o pré-lançamento na noite de terça-feira, 30, para a imprensa, elenco e produção. Na sexta-feira, 03, no Teatro Univesc, acontece exibição pública, com entrada franca, às 19h309mim.

No pré-lançamento estiveram presentes a quase totalidade do elenco, com destaque para as presenças de Marcia Macedo, Nelson Formiga, Thiago de Oliveira, Simone Padilha e Lota Lotar, juntamente com a equipe de produção: Diogo Gogoy, Vilmar Reis e Francisco Kirchner, que foi o produtor geral e também a presença do artista plástico Pedro Wilbert, autor das animações.

Depois da exibição do filme, onde foi tão grande a emoção, que a maioria dos presentes não conteve as lágrimas, tal a intensidade do roteiro e a interpretação dos atores, somou-se o depoimento da autora, Daura Silva, que na realidade é a mãe da personagem central da história, que deu base ao filme. As lágrimas afloraram e não deve ser diferente em outras exibições e nesse mérito está o trabalho do jovem diretor Marcelo Farias, que também se emocionou muito.



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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Minha Festa

Minha Festa

No Clube Diamante do centro da cidade, Ricardo festejava seu aniversario entre vários amigos.Deu entrevista e pousou com os convidados uma foto para o jornal.Seria uma noite inesquecível: abraços, presentes, bebidas e muita comida fizeram a festa dos seus vinte e cinco anos.
Porém, teria que ir para casa, sabia do compromisso logo ao amanhecer.Ele trabalhava 15 quilômetros de distância, e o patrão não era nada tolerante.
Os amigos se foram. O relógio marcava duas horas.
Sentindo intensa alegria, olhou para o céu e conversou com as estrelas, que mais parecia o alfabeto unindo as letras e respondendo brilhantes, suas perguntas.Chegou em casa, falou para a esposa Marlene:
— Sou o homem mais feliz da face da terra...
Olhou para o sofá, viu seu cachorro deitado lhe esperando. Quando foi brincar com seu amigo, Marlene o fez recordar que teria compromisso de ir trabalhar e o relógio não parava...
Ricardo deitou cansado e dormiu feliz. Nem ouviu o relógio despertar.Acordou com meia hora de atraso.Levantou rapidamente trocando os seus chinelos pelos da Marlene.
Uma dor terrível de barriga fez ele ir ao banheiro ”todo borrado”. Quando foi fazer a higiene: cadê papel?
Foi então tomar banho; quando ligou o chuveiro: cadê água?
A todo instante ele olhava o relógio...
Não daria tempo para o café, mas faria um chá de macela para tirar o enjôo.Porém: cadê gás?
Saiu apavorado, chegou na garagem, ligou o carro: cadê gasolina?
Estava se sentindo uma ave fora do seu habitat e resolveu chamar um táxi.Ainda estava em tempo para chegar ao trabalho.
Após rodar 2 quilômetros o táxi rodopiou na pista batendo contra um muro. Ricardo e o motorista sofreram pequenas lesões.O taxista ainda tentou levar o passageiro, mas quando ligou o carro: cadê embreagem?
Inconformado, Ricardo acenou para o primeiro ônibus que passou. Após 3 quilômetros de viagem, foram parados por uma blitz.Ninguém poderia deixar o ônibus.E lá se foi... mais uma hora.
Quando liberados, ele estava exausto, horrível, mal -cheiroso pelo transtorno daquele dia.
Chegou no trabalho e deu de cara com o patrão. Olhou em cima da escrivaninha e viu sua foto com os amigos na primeira página do jornal.Sentiu vontade de comer aquele jornal diante o patrão, e se engasgar com o seu próprio ódio. Quem sabe assim passaria o enjôo.Como dar explicações por tudo que havia passado até chegar o local de trabalho? Cadê coragem?
Com a cara horrorosa o patrão entregou a advertência de quinze dias.
Ricardo voltou para casa exausto e decepcionado e, para sua surpresa, Marlene o esperava com um televisor que comprara a prestação.
Ele apenas olhou e perguntou:
— Chegou água?
Ela olhou torceu o nariz e disse:
— O caminhão que trouxe a TV furou o cano. Tomei banho na casa da vizinha.
Desanimado, Ricardo entrou em casa sem nada falar.Estava com medo até da sua sombra. Seu cachorro latiu mostrando a correspondência sobre a mesa.Ricardo abriu e leu o número premiado do bilhete de loteria que tinha ganhado de presente no aniversário.
Naquele instante, sentiu a grande virada da sua vida. Esqueceu tudo e mandou o patrão para o inferno.

Livro Entre sem bater- 50,51,52.Autora- Ivone Daura